Este poeta nasceu em Lisboa a 19/05/1890, filho de Carlos Augusto se Sá Carneiro e de Águeda Maria de Sousa Peres Marinho.
A sua mãe morreu com 23 anos, vítima de febre tifóide, no dia 11 de Dezembro de 1892, tinha o poeta 2 anos.
O pai, sem tempo para se ocupar do filho, acaba por mandá-lo para a quinta de Camarate, ao cuidado dos avós e da ama Maria da Encarnação, que era analfabeta mas muito delicada e carinhosa.
A avó de Mário de Sá-Carneiro morreu em 1899, quando ele tinha 8 ou 9 anos. Desde então ficou na quinta a sós com o avô.
No liceu, teve ainda algumas experiências episódicas como actor e começa a escrever.
No final do ano de 1909 redige inteiramente e começa a publicar “um jornal académico com pretensões a humorístico” intitulado "O Chinó".
Entre 1908 e 1909, começa a publicar a revista "Azulejos de Lisboa", em que escreve diversas poesias.
Mário de Sá-Carneiro publica a peça "Amizade" (1912), a novela "Princípio" (1912), os poemas de "Dispersão" (1914), a narrativa " A confissão de Lúcio" (1914) e a novela Céu de Fogo (1915), ao mesmo tempo que lança ao lado de Pessoa (um dos seus grandes amigos) e de outros companheiros, a revista "Orpheu".
A 26 de Abril de 1915 suicida-se no Hotel de Nice, no bairro de Montmartre, em Paris.
Vamos agora apresentar dois dos poemas desde grande poeta:
Álcool
Que droga foi a que me inoculei?
Ópio de inferno em vez de paraiso? ...
Que sortilégio a mim próprio lancei?
Como é que em dor genial eu me eternizo?
Nem ópio nem morfina. O que me ardeu,
Foi álcool mais raro e penetrante:
E só de mim que ando delirante-
Manhã tão forte que me anoiteceu.
Este poema é forte, pois é sobre uma pessoa que tem vícios reflectindo-se sobre como isso prejudica psicologicamente um ser.
GLOSAS
Amor é chama que mata,
Dizem todos com razão,
É mal do coração
E com ele se endoidece.
O amor é um sorriso
Sorriso que desfalece.
Madeixa que se desata
Denominam-no também.
O amor não é um bem:
Quem ama sempre padece.
O amor é um perfume
Perfume que se esvaece.
Este poema é também muito bonito pois nele fala-se do sentimento mais forte que existe: o amor.
Margarida Coutinho nº14
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