sexta-feira, 18 de março de 2011

Um criativo numa época de profundas mudanças: Mário de Sá Carneiro

Olá! Hoje vamos apresentar um grande poeta do século XIX: Mário de Sá-Carneiro.

Este poeta nasceu em Lisboa a 19/05/1890, filho de Carlos Augusto se Sá Carneiro e de Águeda Maria de Sousa Peres Marinho.
A sua mãe morreu com 23 anos, vítima de febre tifóide, no dia 11 de Dezembro de 1892, tinha o poeta 2 anos.
O pai, sem tempo para se ocupar do filho, acaba por mandá-lo para a quinta de Camarate, ao cuidado dos avós e da ama Maria da Encarnação, que era analfabeta mas muito delicada e carinhosa.
A avó de Mário de Sá-Carneiro morreu em 1899, quando ele tinha 8 ou 9 anos. Desde então ficou na quinta a sós com o avô.
No liceu, teve ainda algumas experiências episódicas como actor e começa a escrever.
No final do ano de 1909 redige inteiramente e começa a publicar “um jornal académico com pretensões a humorístico” intitulado "O Chinó".

Entre 1908 e 1909, começa a publicar a revista "Azulejos de Lisboa", em que escreve diversas poesias.

Mário de Sá-Carneiro publica a peça "Amizade" (1912), a novela  "Princípio" (1912), os poemas de "Dispersão" (1914), a narrativa " A confissão de Lúcio" (1914) e a novela Céu de Fogo (1915), ao mesmo tempo que lança ao lado de Pessoa (um dos seus grandes amigos) e de outros companheiros, a revista "Orpheu".
A 26 de Abril de 1915 suicida-se no Hotel de Nice, no bairro de Montmartre, em Paris.


Vamos agora apresentar dois dos poemas desde grande poeta:



Álcool

Que droga foi a que me inoculei?

Ópio de inferno em vez de paraiso? ...

Que sortilégio a mim próprio lancei?

Como é que em dor genial eu me eternizo?



Nem ópio nem morfina. O que me ardeu,

Foi álcool mais raro e penetrante:

E só de mim que ando delirante-

Manhã tão forte que me anoiteceu.



Este poema é forte, pois é sobre uma pessoa que tem vícios reflectindo-se sobre como isso prejudica psicologicamente um ser.



GLOSAS

Amor é chama que mata,

Dizem todos com razão,

É mal do coração

E com ele se endoidece.

O amor é um sorriso

Sorriso que desfalece.



Madeixa que se desata

Denominam-no também.

O amor não é um bem:

Quem ama sempre padece.

O amor é um perfume

Perfume que se esvaece.

Este poema é também muito bonito pois nele fala-se do sentimento mais forte que existe: o amor.

Margarida Coutinho nº14

Rúben Bernardes nº18

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