domingo, 27 de março de 2011

Máquina para salvar o mundo

      Acabei de construir uma máquina que não sei para  que serve, nem como se trabalha com ela para ajudar o mundo, nesta situação muito poluente...
    De repente toquei num botão sem querer e a máquina começou a aspirar os poluentes mais perigosos do mundo! A minha amiga Rita tinha acabado de entrar quando viu aquela trapalhada toda no ar. ficou admirada e a perguntar o que se passava ali. Eu, muito assustada, nem lhe respondi e continuei a tentar parar a máquina. Reparei que a poluição à minha volta estava a desaparecer toda e pensei que era uma solução para combater a poluição de vez!...
     Comecei a planear as minhas palavras para apresentar a máquina que pode salvar o mundo duma poluição muito grave. Organizou-se tudo e, no mês seguinte, apresentei a máquina ao presidente da câmara e seus acessores do cargo. Eles gostaram muito da minha construção e queriam que lhes mostrasse como funcionava aquela máquina muito misteriosa ( naquela altura já sabia mexer na máquina).
      Depois daquela reunião com o presidente da câmara e dos seus acessores fiquei conhecida pelo mundo inteiro. Todos os países queriam aquela máquina de recolher a poluição de todos os tipos e feitios. Fiquei conhecida como a "engenhocas".
 Ana Teresa

quarta-feira, 23 de março de 2011

Carnaval


No Carnaval
ninguém leva a mal,
é só brincadeiras
e mais brincadeiras
com partidas trapaceiras.

As máscaras de Carnaval,
que nos fazem assustar,
são como demónios ou monstros,
que nos fazem arrepiar.


Joana nº11 8ºC
Samuel nº20 8ºC

sexta-feira, 18 de março de 2011

Poemas dos alunos XIV

UM AMIGO


Um amigo é alguém

Com quem podemos partilhar

Os nossos sentimentos.

É com ternura e carinho

Que o conseguimos conquistar…



Amigo é aquele que está presente

Em todos os momentos,

Nunca está ausente…

Nos nossos pensamentos.



Ser amigo é saber,

Dar e receber

É saber perdoar,

É saber esquecer

É saber amar!


CAROLINA MILHARADO BATALHA 8º C Nº5

Poemas dos alunos XIII

A Vida




Todos queremos ganhar a corrida,

Ser alguém na vida.

Há aqueles que conseguem,

A trabalhar e a suar.

E há aqueles que conseguem,

Simplesmente a brincar.

Os que nem sequer tentam,

Geralmente não lamentam.

Os que não conseguiram mas até se esforçaram,

Nem querem lembrar o que passaram.

No fim ninguém sabe,

Talvez tudo isto acabe.


Sara Gomes 8ºC Nº21

Poemas dos alunos XII

Não sabes Amar




Será…

Que o teu amor é verdadeiro?

Ou será…

Que é simplesmente o primeiro?



Pois tu tens medo de amar

Não sabes como fazer

Não sabes como beijar

Ou não queres o amor ter?!

Não sei qual a razão

Porque não tens noção

Do amor que é apaixonante.



Só sei que te quero

E para sempre te espero

E que vivas um amor vibrante!...



E quando te aperceberes

E o amor quiseres

A vida terá outro sentido.



Porque a vida sem amor

Não tem nada, é só dor

E acaba-se sem ter vivido...

Beatriz Ferreira

Poemas dos alunos XI

"IN - maginação "



Neste poema não sei o que escrever,

nem o que dizer,

apenas sei que tenho de o fazer;



Poderia abrir a minha mente

para o presente

ou para o futuro

sem pensar em dar um tiro no escuro.



Poderia também fechar os olhos

e imaginar...

Que estava a voar

sem nunca mais parar...

Mas isso não passaria de imaginação

ou não fosse isto a minha maior paixão!...




Milene Ferreira

Nº 15 8º C

Poemas dos alunos X

Luar…


Manto de claridade…

Oferta da lua para os que vivem na noite!

Artista dos perfis…

Guias os meus passos, levas – me para um misterioso destino

Futuro indeciso, espaço incerto

Para onde vão os que sabem sonhar,

Os que não têm medo de arriscar…

Luz que inunda a minha vontade!

Ilumina o pensamento!

Por ti, vou mais além …


Lia Soares

8ºC

Poemas dos alunos IX

O Mundo dos Adultos e das Crianças





És Tu, Adulto,

Que tens inteligência

E que te sentes invencível

Mas que com isso destróis o Mundo.



Quem me dera não vir a ser Adulto

E para sempre ser Criança,

Ver no Mundo um lugar

De sonhos, alegria e amor.



Mas a minha infância está a acabar

Vou crescer...

Tenho medo…

Parece um pesadelo sem fim…



O pesadelo acabou.

Agora vejo o Mundo como tu.

E tenho a certeza:

Quero voltar atrás !



Este Mundo é triste.

Parece que só o estado financeiro importa.

A alegria, os sonhos e o amor que outrora tive

Ficaram esquecidos…



Quero para sempre ser Criança!...





O Meu Mundo



O teu sorriso é maravilhoso!

É o mais brilhante que o Sol

E maior que o Universo!



És a estrela da minha vida.

És a razão porque respiro.



E os teus olhos azuis

São como o céu

Onde me perco na imensidão do tempo...



És a estrela que me guia.

Sem ti eu seria apenas um rapaz.



Sem ti a minha vida não teria sentido,

Mas contigo posso ser o que quiseres,

Se me deixares navegar no mar dos teus olhos.



És a estrela da minha vida!

És a razão porque respiro!


Por:
Alexandre Craveiro Assis nº1 8ºC

Poemas dos alunos VIII

A música é divertida e distante


Com uma ida e uma volta.

Serve para nos divertirmos

E para convidar a dançar...



Rádio, televisão …

Todo o entretenimento do melhor!

A música faz-se exprimir sentimentos.

Dá para cantar, rir ou chorar.



Música que não sai da cabeça

Onde se canta com frequência

Assim se exprime a música...





Ana Teresa Soares

8ºC Nº4

Poemas dos alunos VII

Bula da Amizade




A amizade está indicada

No tratamento de situações de solidão.

Requer amizade, amor

E muita compreensão!



Pode-se ter em demasia,

Mas nunca em pouca quantidade.

Não se aconselha a quem sofre de alergia

Ao amor e à solidariedade.



No modo de administração

É preciso ter cuidado:

Às crianças uma canção

E aos adultos um beijo bem dado!



Só há uma última coisa

que é preciso saber:

preservar num local seguro

para nunca desaparecer...


Margarida Coutinho

Poemas dos alunos VI

Os Carros


Os carros passam em diversas direcções

E ninguém então os supõe escangalhados,

Ou sequer alguma vez encostados

Com eles passam somente sensações...



É bom sentir assim tons luminosos

Tudo mecanismo, movimento certo.

Tudo numa linha e a verdade perto

Num nunca jogar de dados caprichosos...

Alexandre Gomes

Poemas dos alunos V

Tu




Um dia acordei

e em ti pensei

porque te quero

como ninguém.



No fundo do túnel

eu vi-te a ti

estavas parada

à espera de mim...

João Maia

Poemas dos alunos IV

Dia de Verão




Num lindo dia de Verão

eu pensei em ti

e desde então que me apercebi

de que te queria para mim...



Uma flor



Colhi uma flor

e corri para ta dar

porque tu és o grande amor

que eu nunca irei deixar de amar!
 
Ovidiu Plesca

Poemas dos alunos III

Cada pessoa tem um problema


cada problema tem uma solução

o meu maior problema é

conquistar o teu coração.
 
Diogo Antunes

Poemas dos alunos II

Apostas Soltas




Para no jogo se ganhar,

alguma coisa tem que se apostar,

igual é no amor,

o que aumenta é a dor.



A dor,

de se perder um amor,

e quando a resposta é positiva,

como uma pessoa se sente viva.
 
Rui Tavares

Poemas dos alunos I

Poema




A Vida



A Vida é um fenómeno,

de arrepios nos corações,

e de olhos tristões.



É a alegria divertida

que por vezes

fica perdida.



É um processo prolongado

que ás vezes parece esmagado.



Na Vida, tudo pode acontecer,

ganhar o euromilhões,

ou andar na rua a pedir tostões.







Joana casaleiro

Nº11 8ºC

Fernando Pessoa e as suas criações

Porque gosto de Fernando Pessoa, aqui fica um dos seus poemas:

"Quando estou só reconheço


Se por momentos me esqueço

Que existo entre outros que são

Como eu sós, salvo que estão

Alheados desde o começo.



E se sinto quanto estou

Verdadeiramente só,

Sinto-me livre mas triste.

Vou livre para onde vou,

Mas onde vou nada existe.



Creio contudo que a vida

Devidamente entendida

É toda assim, toda assim.

Por isso passo por mim

Como por cousa esquecida."

Escolha efectuada por Paulo Ramos

Agostinho da Silva: um ilustre pensador

Agostinho da Silva nasceu a 13 de Fevereiro de 1906, no Porto, tendo crescido em Barca de Alva. Na Faculdade de Letras, da Universidade do Porto, tirou o curso de Filologia Clássica - tendo antes frequentado o curso de Românicas - com 20 valores. Fez o doutouramento - O Sentido Histórico das Civilizações Clássicas - com o « maior louvor ». Uma bolsa de estudo leva-o até à Sorbonne a ao Collège de France.
De regresso a Portugal, foi professor no liceu José Estêvão, em Aveiro, em 1933. Entusiasta, empenha-se muito para além das funções que lhe eram exigidas. «Tinha criado, por exemplo, uma caixa de apoio aos estudantes» mais pobres e outras acções «incómodas» aos olhos do Estado Novo.
Apenas dois anos depois de entrar para o ensino público, é exonerado, por se recusar a assinar a Lei Cabral (obrigatória para os funcionários públicos) - assinar uma declaração em que garantisse não pertencer a qualquer organização secreta. Apesar de não pertencer a nenhuma organização desse género, Agostinho da Silva recusou-se a assinar tal documento.
Agostinho da Silva começa a dar aulas no ensino privado e explicações particulares. Mário Soares e Lagoa Henriques foram alguns dos seus alunos.
Em 1944, foi excomungado pela Igreja Católica, facto que o levou a abandonar Portugal para se fixar no Brasil, país onde desempenhou funções e ocupou cargos importantes no domínio da investigação histórica, mantendo sempre ligações de docente com universidades brasileiras, do Uruguai e da Argentina.
Em 1976, Agostinho da Silva, com naturalidade brasileira há mais de 20 anos, decidiu voltar a Portugal. Com direito a uma pensão de aposentação. Decidiu, ainda, em 1976, criar o Fundo D. Dinis para atribuição do prémio com o mesmo nome, Prémio D. Dinis.
Para além de professor, filósofo e investigador, Agostinho Baptista da Silva notabilizou-se como grande escritor da língua portuguesa.
No seu currículo constam mais de 60 obras das quais nós escolhemos dois textos líricos:

1)

Fulano que bem conheço

É pior do que um lacrau

Mas talvez se eu for melhor

Se torne menos mau.

Pensamos que este poema explica que os defeitos dos outros poderão ser só vistos pela nossa maneira de ser e que, se a mudarmos, perceberemos que não eram assim tão problemáticos...


2)

Mais que tudo quero ter

Pé bem firme em leve dança

Com todo o saber de adulto

Todo o brincar de criança.

Neste poema percebemos que as pessoas podem ser crianças em algumas circunstâncias favoráveis a um bom ambiente e adultos em termos de sapiência e de responsabilidade.



Agostinho da Silva morreu em 3 de Abril de 1994, com 88 anos de idade.

Nós gostámos deste poeta pela sua maneira de escrever. As suas obras são interessantes, pois têm um conteúdo reflexivo agradável para o leitor. Recomendamos este autor a todos aqueles que gostarem de intrepretar e de ler poesia.


Alexandre Assis nº1

Lia Soares nº13

Um criativo numa época de profundas mudanças: Mário de Sá Carneiro

Olá! Hoje vamos apresentar um grande poeta do século XIX: Mário de Sá-Carneiro.

Este poeta nasceu em Lisboa a 19/05/1890, filho de Carlos Augusto se Sá Carneiro e de Águeda Maria de Sousa Peres Marinho.
A sua mãe morreu com 23 anos, vítima de febre tifóide, no dia 11 de Dezembro de 1892, tinha o poeta 2 anos.
O pai, sem tempo para se ocupar do filho, acaba por mandá-lo para a quinta de Camarate, ao cuidado dos avós e da ama Maria da Encarnação, que era analfabeta mas muito delicada e carinhosa.
A avó de Mário de Sá-Carneiro morreu em 1899, quando ele tinha 8 ou 9 anos. Desde então ficou na quinta a sós com o avô.
No liceu, teve ainda algumas experiências episódicas como actor e começa a escrever.
No final do ano de 1909 redige inteiramente e começa a publicar “um jornal académico com pretensões a humorístico” intitulado "O Chinó".

Entre 1908 e 1909, começa a publicar a revista "Azulejos de Lisboa", em que escreve diversas poesias.

Mário de Sá-Carneiro publica a peça "Amizade" (1912), a novela  "Princípio" (1912), os poemas de "Dispersão" (1914), a narrativa " A confissão de Lúcio" (1914) e a novela Céu de Fogo (1915), ao mesmo tempo que lança ao lado de Pessoa (um dos seus grandes amigos) e de outros companheiros, a revista "Orpheu".
A 26 de Abril de 1915 suicida-se no Hotel de Nice, no bairro de Montmartre, em Paris.


Vamos agora apresentar dois dos poemas desde grande poeta:



Álcool

Que droga foi a que me inoculei?

Ópio de inferno em vez de paraiso? ...

Que sortilégio a mim próprio lancei?

Como é que em dor genial eu me eternizo?



Nem ópio nem morfina. O que me ardeu,

Foi álcool mais raro e penetrante:

E só de mim que ando delirante-

Manhã tão forte que me anoiteceu.



Este poema é forte, pois é sobre uma pessoa que tem vícios reflectindo-se sobre como isso prejudica psicologicamente um ser.



GLOSAS

Amor é chama que mata,

Dizem todos com razão,

É mal do coração

E com ele se endoidece.

O amor é um sorriso

Sorriso que desfalece.



Madeixa que se desata

Denominam-no também.

O amor não é um bem:

Quem ama sempre padece.

O amor é um perfume

Perfume que se esvaece.

Este poema é também muito bonito pois nele fala-se do sentimento mais forte que existe: o amor.

Margarida Coutinho nº14

Rúben Bernardes nº18

Antero de Quental, um açoriano poeta

Antero de Quental nasceu em Ponta Delgada, em 18 de Abril de 1842, e morreu em Setembro de 1891.

A sua família era uma das mais antigas dos colonizadores micaelenses, em luta contra a Inquisição e o Absolutismo.

Acabada a instrução primária, entrou no colégio de São Bento, em Coimbra, e depois na universidade, na área de Direito, em Setembro de 1859, tendo terminado o curso em 1864.

Após a morte de seu pai, em 1873, é alvo de uma doença nunca totalmente diagnosticada.

Em 1880, adoptou as duas filhas de um seu amigo, falecido em 1877.

Em 1881, por conselho do médico, passou a viver em Vila do Conde, onde se manteve até 1891.

Em 1890, é chamado para encabeçar um movimento patriótico que opôs Portugal à Inglaterra em relação à partilha de África.

Deparado com vários problemas, para os quais não consegue resposta, acaba por se suicidar, em Ponta Delgada, em Junho de 1891.

Algumas das suas publicações:

- Primaveras românticas (obra poética, 1871);

- Sonetos (obra poética, 1886);

- Arte e Verdade – Caracteres Positivos da Arte (artigo, 1885);

- O Sentimento de Imortalidade (artigo, 1868).


De seguida, apresentamos dois dos poemas de Antero Quental.



A UM POETA

Tu que dormes, espírito sereno,

Posto à sombra dos cedros seculares,

Como um levita à sombra dos altares,

Longe da luta e do fragor terreno.



Acorda! É tempo! O sol, já alto e pleno

Afugentou as larvas tumulares...

Para surgir do seio desses mares

Um mundo novo espera só um aceno...



Escuta! É a grande voz das multidões!

São teus irmãos, que se erguem! São canções...

Mas de guerra... e são vozes de rebate!



Ergue-te, pois, soldado do Futuro,

E dos raios de luz do sonho puro,

Sonhador, faze espada de combate!



Este poema é dirigido a um poeta e refere a capacidade ou o poder que a poesia tem na intervenção social.



ANIMA MEA

Estava a Morte ali, em pé, diante,

Sim, diante de mim, como serpente

Que dormisse na estrada e de repente

Se erguesse sob os pés do caminhante.



Era de ver a fúnebre bachante!

Que torvo olhar! que gesto de demente!

E eu disse-lhe: «Que buscas, impudente,

Loba faminta, pelo mundo errante?»



— Não temas, respondeu (e uma ironia

Sinistramente estranha, atroz e calma,

Lhe torceu cruelmente a boca fria).



Eu não busco o teu corpo... Era um troféu

Glorioso de mais... Busco a tua alma —

Respondi-lhe: «A minha alma já morreu!»



Neste poema o sujeito poético dá a entender que, por vezes, a pessoa está viva, mas por dentro a alma está morta.

Trabalho efectuado por Alexandre Gomes e Sara Gomes

António Aleixo e as suas criações

António Fernandes Aleixo foi um dos poetas populares algarvios de maior relevo.

Nasceu a 18 de Fevereiro de 1899. Do seu percurso de vida fazem parte profissões como tecelão, guarda da PSP e servente de pedreiro (que também exerceu em França).

Voltou ao seu país natal, regressando novamente a Loulé, onde passou a vender cautelas e a cantar nas feiras (o que se juntou ao seu conjunto de profissões).

Era um poeta de rara espontaneidade e de um apurado sentido filosófico. António Aleixo vai começando a ser conhecido pelos seus poemas e bastante apreciado por inúmeras pessoas. O primeiro livro nasce em 1943, de uma colecção formada por José Rosa Madeira, um dos coleccionadores dos seus poemas, onde tem uma melhoria de vida.

Ficou doente, com tuberculose, tendo que ser internado no hospital do Sanatório dos Covões, em Coimbra, a 28 de Junho de 1943.

Descobre novas amizades e novos admiradores do seu trabalho. Os seus últimos anos de vida foram passados entre Coimbra e Loulé. Faleceu, em Loulé, a 16 de Novembro de 1949.

Aqui ficam dois poemas de António Aleixo…

No primeiro, fala-se sobre da vida do próprio poeta. Descrevem-se as várias dificuldades das vivências pessoais e algumas transformações sofridas.

O poeta

A sorte que veio comigo

Morria co’a minha morte,

Se não houvesse um amigo

Que descobrisse essa sorte.



Fui coto que ia acabar

Num monturo, cano ou esgoto,

Porque ninguém q’ria usar

A luz fraquinha de um coto.



Mas quando alguém se lembrou

Querer mostrar-me, não me opus:

É a fraca a luz que vos dou,

Mas afinal sempre é luz.



Por me ver ao abandono,

E ouvindo a minha poesia,

Disse-me que era dono

De coisas que não sabia.



Há quem suba de repente,

P’ra de repente cair;

Já me sinto contente

Com o modo de subir.





Traz-me num desassossego

O alivio á minha cruz;

Ando tal qual o morcego

Ao deparar como o luz



Vou ver se me salvo ainda

Dos males de que padeço;

Acho a minha linda

Mais agora que ao começo.



Se o meu livro se consome,

Pode-me cobrir de glória,

Mas, depois, a minha historia

Dirá que morri de fome.



Se vim condenado á morte,

Também fiquei a saber

Que só aqui a saber

Que só aqui pôde ser

Um desgaraçado ter sorte!...



De vender a sorte grande,

Confesso, não tenho pena;

Que a roda ande ou desande

Eu tenho sempre a pequena.



Q’ria que o mundo soubesse

Que a dor que tortura a vida

É quase sempre sentida

Por quem menos a merece.



Oh! Quem me dera, sozinho,

E em quatro versos somente,

Contar ao mundo inteirinho

A mágoa de toda a gente.



Eu era mendigo outrora,

Tantas esmolas pedi,

Que não sei dizer agora

Quantas vezes me vendi.



Desprezo o que eles preferem,

Porque quero ser sincero,

E quero o que eles não querem.



Quem canta por conta sua

Quer ser, com muita razão,

Quer ser, com muita razão,

Antes pardal, cá na rua,

Que rouxinol na prisão.



Quando, sonhando, atingimos

O fim por nós vêem chorar;

Mas quero que se convençam

Que a dor também faz cantar.



Vivo sempre satisfeito,

Pois, mesmo quando a sofrer,

Tenho um rouxinol no peito,

Que canta p’ra me entreter.

Fiz do meu estro uma vara

Para medir a verdade

E dar com ela na cara

Do cinismo e da vaidade.



Se tudo me foi vedado,

Se vivi de tudo á mingua,

Deixai que vos mostre a língua

Com o freio bem cortado.



Se vos canto a dor daqueles

Que sabem sofrer a rir,

É p’ra vos fazer sentir

Um pouco de pena deles.



Se umas quadras são conselhos

Que vos dou de boa fé;

Outras são finos espelhos

Onde o leitor vê quem é.



Meus versos, que dizem eles

Que façam mal a alguém?...

Só fazem mal àqueles

A quem podem ficar bem!







No segundo poema, fala-se de como a cidade de Coimbra é boa para estudar, para várias profissões (como advogado ou engenheiro) e também se refere o Inverno e o Inferno. O sujeito lírico afirma-se velho e doente, insistindo que o satisfaz ver o mundo a ir para a frente embora ele ande para trás.



Ocasionais



A começar pelo «urso»

De Coimbra, a estudantada,

Só quando se acaba o curso,

Sabe que não sabe nada.



Alheio ao significado,

Diz o povo, e com razão,

Quando ouve um grande aldrabão:

- Dava um bom advogado.



Foste beijar o menino,

Quando, afinal, eu vi bem

Que beijaste o pequenino

Porque gostavas da mãe.



Hoje os chapéus das senhora,

Cheios de aselhas e véus,

São capachos, são vassoras,

São tudo, menos chapéus.



Pintas esse rosto lindo,

Tapas a cara que é tua,

E estás em casa ou na rua,

Mesmo calada, mentindo.



Quem só veste o que lhe dão

Vive sempre num inferno:

Traz sobretudo no v’rão

E anda em camisa no inverno.







O tempo mete na norma

O mundo, que andava em perigos,

E é tempo que transforma

A casaca dos amigos.



Poeta, não, camarada,

Eu sou também cauteleiro;

Ser poeta não dá nada

Vender jogo dá dinheiro.



Nem os sábios… nem os poetas

Sabem fazer, de bom grado,

Aldrabices mais completas

Do que um bom advogado.



Tu que tens saber profundo,

Que és engenheiro e vês bem,

Ergue uma ponte, onde o mundo

Passe sem ’smagar ninguém.



Que, nas pontes do passado,

Se alguém pões um pé em falso,

E esse alguém vai bem calçado,

Pisa quem passa descalço.



Faz com que andem, se és capaz,

Só p’rà frente e com cautela,

P’ra não haver marcha atrás,

Que já ninguém se atropela.



Estou gasto, velho e doente,

Mas muito me satisfaz

Ver o mundo andar p’rà frente,

Embora eu ande p’ra trás.



Muito embora o não conheça,

Com o livro que lhe ofereço,

Quero que de mim mereça

O que de si não mereço.



Não há nenhum milionário

Que seja feliz como eu:

Tenho como secretário

Um professor do liceu.



Creio não ser por desdouro

Que alguém te chama «pirata»:

Tu tens um coração de ouro

E uma linguinha… de prata.



O Neves Pires sombrio

Põe nas terras estrangeiras

O chocolate algarvio,

Filho das alfarrobeiras.



Há pegos no mundo inteiro;

Mas, neste canto do mundo,

Há um Pegos que, em dinheiro,

É como um pego sem fundo.





Trabalho realizado por:

Ana Teresa Soares Nº 4 8ºC

Daniel Veloso Nº 7 8ºC

Luís Vaz de Camões, um génio da escrita

Luís de Camões é considerado o maior poeta Português. Apesar de não se ter certezas quanto a algumas datas na sua vida.

Família:

Luís de Camões nasceu em 1524 ou 1525, provavelmente em Lisboa, filho de Simão Vaz de Camões e Ana de Sá.

Tudo parece indicar que Camões pertencia à pequena nobreza.

Estudos:

Os vastos conhecimentos e cultura do poeta são normalmente justificados por este ter frequentado o ensino superior. Camões provavelmente estudou em Coimbra e frequentou o mosteiro de Santa Cruz.

Pessoas importantes na sua vida:

Antes de 1550 estava a viver em Lisboa, onde permaneceu até 1553. Essa estadia foi interrompida por uma expedição a Ceuta onde foi ferido e perdeu um olho.

Em Lisboa, participou em diversas actividades literárias onde se relacionou com damas de elevada situação social (entre as quais D. Francisca de Aragão) e com fidalgos de alta nobreza, com alguns dos quais manteve relações de amizade.

Vida atarefada:

A sua partida para a Índia está na sequência de uma desordem ocorrida no Rossio, em dia do Corpo de Deus, na qual feriu um tal Gonçalo Borges. Luís foi preso por largos meses na cadeia do Tronco e só saiu – apesar de perdoado por Gonçalo – com a promessa de embarcar para a Índia. Além da provável condição de libertação, é bem possível que Camões tenha visto nesta aventura – a mais comum entre os portugueses de então – uma forma de ganhar a vida ou mesmo de enriquecer. Camões foi soldado durante três anos e participou em expedições militares.

Não há certezas, mas o que se sabe é que a nau em que regressava naufragou e o poeta perdeu o que tinha amealhado, salvando a nado “Os Lusíadas” na foz do rio Mecon.

Foi preso à chegada a Goa pelo governador Francisco Barreto.

Vem até Moçambique às custas do capitão Pero Barreto Rolim, mas em breve entra em conflito com ele e fica preso por dívidas. Foram ainda os amigos que vinham da Índia que, ao encontrá-lo na miséria, se dividiram para lhe pagarem o regresso a Lisboa. Nessa altura, além dos últimos retoques n’ “Os Lusíadas”, trabalhava numa obra lírica, “Parnaso”, que lhe roubaram – o que, em parte, explica que não tenha publicado este texto em vida.

Chega a Lisboa em 1569 e publica “Os Lusíadas” em 1572, conseguindo uma crítica excepcionalmente favorável. Apesar do enorme êxito do poema e de lhe ter sido atribuída uma posse anual de 15000 réis, parece ter continuado a viver pobre.

Morte:

Morreu em 10 de Junho de 1580. Algum tempo mais tarde, D. Gonçalo Coutinho mandou gravar uma lápide para a sua campa com a indicação:

“Aqui jaz Luís de Camões, Príncipe dos Poetas do seu tempo. Viveu pobre e miseravelmente e assim morreu”



Dois poemas de Camões...




Neste soneto, fala-se sobre as contradições do amor…

Amor é um fogo que arde sem se ver;

é ferida que dói, e não se sente;

é um contentamento descontente;

é dor que destina sem doer.



É um não querer mais que bem querer;

é um não arder solitário entre a gente;

é nunca contentar-se de contente;

é um cuidar que ganha sem se perder.



É não querer estar preso por vontade;

é servir a quem vence, o vencedor;

é ter com quem nos mata, lealdade.



Mas como causar pode seu pavor

nos corações humanos amizade,

se tão contrário a si é o mesmo Amor?



Neste outro soneto, o sujeito lírico reflecte sobre uma vida plena de erros, apesar de todo o amor…



Erros meus, má fortuna, amor ardente

Em minha perdição se conjugaram;

Os erros e a fortuna sobejaram,

Que pera mim bastava amor somente.



Tudo passei; mas tenho tão presente

A grande dor das cousas que passaram,

Que as magoadas iras me ensinaram

A não querer já nunca ser contente.



Errei todo o discurso de meus anos;

Dei causa (a) que a fortuna castigasse

As minhas mal fundadas esperanças.



De amor não vi senão breves enganos.

Oh! Quem tanto pudesse, que fartasse

Este meu duro Génio de vinganças!





Trabalho realizado por:

• Joana Casaleiro nº11 8ºC

• Ovidiu plesca nº17 8ºC

segunda-feira, 14 de março de 2011

Carnaval


Hoje é Carnaval
fazemos o que queremos
e ninguém leva a mal...
Muitas ruas cheiram mal...

Lançam-se bombas de mau cheiro,
confetis e serpentinas...
Os rapazes vestidos de bombeiros
e as raparigas de bandidas...













Diogo Antunes, nº9
Rúben Bernardes, nº18

Carnaval


Carnaval

No dia de Carnaval
está sempre mau tempo,
não sei que mal
fizemos para ter este tormento!

Mas nem assim,
a vontade de divertir desaparece...
Continuamos a dizer «sim»
e toda a gente aparece.

Há brincadeiras
para todas as idades,
ninguém resiste às maluqueiras
que se fazem nestas cidades.

No fim da festa,
ninguém quer ir embora
mas calhava bem uma sesta,
nem que fosse de uma hora...

















Margarida Coutinho, nº14
Sara Gomes, nº21

quinta-feira, 10 de março de 2011

O Homem do Universo


             No momento certo, século vinte e um, o Homem com todo o seu esforço lembrou – se de construir um helicóptero cinzento que o direccionou pelo Universo, velozmente, como um foguete no imenso e obscuro céu nocturno.

             Desse helicóptero um dos três indivíduos comunicou:

             - Conseguimos, descobrimos um novo Mundo! – disse o Rui, muito subtilmente.

             - Concordo! – disse logo o Rodrigo.

            No momento seguinte, um dos três, o Miguel, foi descobrir o novo Mundo, onde encontrou seres vivos! Com medo, escondeu – se perto de um monte e ficou, inerte, ouvindo tudo.

            O céu ficou escuro e o Miguel regressou, contou o que observou e o Rodrigo, inquieto, expôs:

            - Temos de ir de novo pelo Universo, podemos correr muitos perigos.

          O helicóptero, no crepúsculo seguinte, direccionou os três oriundos do México de novo pelo Universo.

(Nesta narrativa não consta a letra "a".)