sexta-feira, 18 de março de 2011

Agostinho da Silva: um ilustre pensador

Agostinho da Silva nasceu a 13 de Fevereiro de 1906, no Porto, tendo crescido em Barca de Alva. Na Faculdade de Letras, da Universidade do Porto, tirou o curso de Filologia Clássica - tendo antes frequentado o curso de Românicas - com 20 valores. Fez o doutouramento - O Sentido Histórico das Civilizações Clássicas - com o « maior louvor ». Uma bolsa de estudo leva-o até à Sorbonne a ao Collège de France.
De regresso a Portugal, foi professor no liceu José Estêvão, em Aveiro, em 1933. Entusiasta, empenha-se muito para além das funções que lhe eram exigidas. «Tinha criado, por exemplo, uma caixa de apoio aos estudantes» mais pobres e outras acções «incómodas» aos olhos do Estado Novo.
Apenas dois anos depois de entrar para o ensino público, é exonerado, por se recusar a assinar a Lei Cabral (obrigatória para os funcionários públicos) - assinar uma declaração em que garantisse não pertencer a qualquer organização secreta. Apesar de não pertencer a nenhuma organização desse género, Agostinho da Silva recusou-se a assinar tal documento.
Agostinho da Silva começa a dar aulas no ensino privado e explicações particulares. Mário Soares e Lagoa Henriques foram alguns dos seus alunos.
Em 1944, foi excomungado pela Igreja Católica, facto que o levou a abandonar Portugal para se fixar no Brasil, país onde desempenhou funções e ocupou cargos importantes no domínio da investigação histórica, mantendo sempre ligações de docente com universidades brasileiras, do Uruguai e da Argentina.
Em 1976, Agostinho da Silva, com naturalidade brasileira há mais de 20 anos, decidiu voltar a Portugal. Com direito a uma pensão de aposentação. Decidiu, ainda, em 1976, criar o Fundo D. Dinis para atribuição do prémio com o mesmo nome, Prémio D. Dinis.
Para além de professor, filósofo e investigador, Agostinho Baptista da Silva notabilizou-se como grande escritor da língua portuguesa.
No seu currículo constam mais de 60 obras das quais nós escolhemos dois textos líricos:

1)

Fulano que bem conheço

É pior do que um lacrau

Mas talvez se eu for melhor

Se torne menos mau.

Pensamos que este poema explica que os defeitos dos outros poderão ser só vistos pela nossa maneira de ser e que, se a mudarmos, perceberemos que não eram assim tão problemáticos...


2)

Mais que tudo quero ter

Pé bem firme em leve dança

Com todo o saber de adulto

Todo o brincar de criança.

Neste poema percebemos que as pessoas podem ser crianças em algumas circunstâncias favoráveis a um bom ambiente e adultos em termos de sapiência e de responsabilidade.



Agostinho da Silva morreu em 3 de Abril de 1994, com 88 anos de idade.

Nós gostámos deste poeta pela sua maneira de escrever. As suas obras são interessantes, pois têm um conteúdo reflexivo agradável para o leitor. Recomendamos este autor a todos aqueles que gostarem de intrepretar e de ler poesia.


Alexandre Assis nº1

Lia Soares nº13

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